terça-feira, novembro 09, 2010

festival calango!

me preparando pro calango. além da reforma da CAFE, tem ensaios pro meu show. sim, eu vou cantar!

segunda-feira, outubro 25, 2010

de quando se quer escutar.

e desse sangue derramado. senti no fundo da onde se guarda a dor. qual era mesmo o gosto que v ocê queria ter? o que era mesmo que eu vivia que me quebrava a espinha? até onde eu fui? eu me tinha a quantidade suficiente pra me dar? o que você... você se reconhece na minha carne? você entende o que eu tô falando?
entende?

domingo, outubro 17, 2010

do quanto se quer.

dessa ultima vez. que sabia que ia te ver. pinguei uma gota e meia de pimenta malagueta em cada olho. era só pra poder aguçar o sabor disso. pensei. deve ser mais gostoso que ser bem feliz! não sabia qual a finalidade daquele imenso ipê amarelo no fundo d´alma da casa. só quis ser grama. cada cálice teu que me caí goela abaixo. me move num infinito de lençóis. contei tudo errado pra você. contei não. acho que disse tudo errado pra você. sempre digo coisas que não devia dizer pra você. fico em casa pensando. quem escreveu meu texto naquele dia? sabia que tinha riscos demasiadamente profundos na porta da minha casa. sapatos teus. eu sei disso. conheço a cor de cada movimento. do que eu não me lembro direito. é. como eu vim parar aqui? eu juro que não tenho pés pra isso. todas as noites agora terminam no maior clarão de agonia. se você me plantasse um tanto de amor na íris. mas te peço um bom tanto. se você me fizesse isso. se você me deixasse sentir teu peso. em mim. tudo estaria perdido. não haveria mais espaço. para tanto de tanto de tudo. basicamente. eu quero que você me ame. quero mesmo. decidi isso. quero que você me ame. pode ser?

sexta-feira, outubro 01, 2010

de quando não se pode ter II

- o gesto mais bonito pra mim é o dos "braços abertos" os braços se abrem pra vida, pro que é bonito, pro amigo, pro amor, se abrem e acolhem, guardam...

- me guarda um pouco?

- ...

quinta-feira, setembro 09, 2010

dos lugares que dá pra andar

em boca de matilde
no mundo da lua
na terra dos pés juntos
na casa do chapéu
por aí
na puta que o pariu
no raio que o parta
no inferno

na tonga da mironga do kabuletê

pelos dias
por dentro de mim

segunda-feira, junho 07, 2010

terça-feira, maio 18, 2010

nem só de putas vive o homem I



inda fazíamos jus aos nomes que as goelas roucas, bradavam. nomes lindos do mais baixo calão. nos riamos inteiras em derrame, plenas e orgulhosas. havia em nosso riso uma alegria de dever cumprido, realização, satisfação total de nosso cliente preferido. rabiscávamos as calçadas com nossos sapatos e era tão maravilhoso caminhar sob nossos próprios pés, era como estar no controle da coisa, nossos pés sempre foram as rédeas do nosso corpo. fácil mesmo era seguir garrafas e gente que não se podia mais seguir, tudo era pela felicidade e a queríamos em todos os poros, buracos... inventávamos cavidades para entulhar lá dentro todas as desgraças necessárias para um bom gozo.

terça-feira, maio 11, 2010

quinta-feira, abril 29, 2010

terça-feira, abril 20, 2010

você quer vê? escuta. II

-então...
-é, é isso.
-é isso?
-sim. você queria o que afinal?
-que você comesse meu coração,já que o matou.

quinta-feira, abril 15, 2010

terça-feira, abril 13, 2010

noite

.a solidão num bar a noite quente o tédio sufocante

um gesto descuidado a frase inconseqüente o riso provocante

no rosto o desafio o olhar macio e imponente

seu jeito de criança entrando em minha vida imperiosamente

o anseio arrebatado e torturante o corpo impaciente a boca incendiada o seio palpitante o beijo incandescente o coração descompassado suplicante o fogo ardendo furiosamente e o gosto inebriante de um desejo urgente e devastador

a entrega obediente sempre vem o ardor dilacerante a alma adolescente o abraço alucinado um grito triunfante um louco desvario a paz chegando de repente e o pulso latejante da paixão febril cravada no meu ventre

no fim a despedida o vazio doendo persistente me vi por toda vida num silêncio frio ao te lembrar ausente e ainda que esta noite esteja tão distante a dor me faz lembrar inutilmente que fui por um instante tua para sempre.


segunda-feira, abril 12, 2010

domingo, abril 11, 2010

você quer vê? escuta.

- toma esse amor aqui. presente meu pra você.
- não, não posso aceitar. fica com você.
- mas é só amor. eu tô te dando. é de coração.
- hum... o que você vai querer em troca?
- nada. é só um presente.
- é melhor eu não aceitar, nunca tive amor assim antes, de graça.
não vou saber usar.
- tudo bem. era um tamanho muito maior que o seu mesmo.
- ...

terça-feira, fevereiro 09, 2010

de quando não se pode ter.

dançávamos pela praça. descompassados rotos e tristes. não éramos mais os mesmos. nem aqueles. eu tinha te visto um copo ou outro. e desde dali te vi em mim. sim. você me participava. eu usava um vestido verde. você me seguiu com os olhos e eu era deles. naquele dia fui condenada a esta urgência de você. minhas mãos suavam numa sala de cinema. eu. de novo. uma menina diante de um deus. você me contou que amava uma moça. eu te contei que não tinha mais coração. você riu. como se soubesse a minha angústia. entendesse a minha mentira. as coisas não nos acontecem. e ainda existe um demônio delirante de asas abertas entre nós. aflora as ventas. estufa o peito de senões. cospe gelo. certos dias dorme. sai por ai. então. somos de novo.

eu te quero tanto homem. te venero a pele alva. as pequenas mãos. o tatear manso. o anoitecer dos olhos insones. sempre prontos pra ir embora. o alinhamento exato de seus ângulos e planos. o riso surpreso. que um pouco antes de acontecer sabemos que iremos dar. e todo resto que deixo comigo.

só tenho verdadeiramente. a busca dolorosa por seu olhar. o pedido desesperado em meus poros. a teimosia de meus pés. essa dor pungente.

só que existe. ainda.

sua total ignorância dos movimentos meus.

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

.

arrancar minha roupa. rasgar minha pele e me mostrar assim.

me encaixar no seu olhar. ser o destino de sua voz.

ser o equilíbrio. o cerne. o que te move. o que te dói.

ser sua desgraça. ser a pior coisa da tua vida. te destruir. te lamber as feridas.

te enfiar amor no peito. no ventre. na sola dos pés.

te passar a língua. te deixar à míngua. frouxo. inerte. em mim.

terça-feira, janeiro 05, 2010

.

repousarei na tua memória
a minha imagem
quando chegar a noite
e o vento me arrastar para os largos espaços
repousarei na tua memória a minha imagem.
e estarei em ti pousado, como a cor na superfície dos mares;
e estarei em ti como a emoção nas lágrimas;
e estarei em ti como a saudade nos olhos imóveis.
irá da minha imagem
para a tua compreensão
o sentimento do meu mistério
o ignorado segredo dos movimentos do meu ser.
e ficarei em ti, iluminado e distante
e serei como a luz inútil, como a lanterna balançando
nas pequenas estações passadas
nessa longa viagem sem termo.

(augusto frederico schmidt)

fanessas vão dominar o mundo