segunda-feira, setembro 08, 2008

flor de ir embora

as últimas semanas têm sido as mais agitadas.
queria muito, mas não tinha imaginado, tanta gente, uma quinta-feira após a outra lotando o chorinho...
como não sei, de maneira alguma, me contentar com nada, quero mais!
a vontade de ir embora tem crescido, e tudo em mim, pede por horizontes.
só tem uma coisa, aprendi a ter medo, e não sei até onde isso é bom.
esta semana, minha família se muda pra casa nova, não sinto que é meu lugar.
nada é pra mim, as coisas não me pertencem. e não é um sentimento de posse,
não quero "ter" as coisas, quero que elas me participem.
ando pelas ruas de cuiabá, sinto o cheiro da cidade, o calor, as pessoas...
tudo é tão meu, e tudo é tão distante de mim, é como se eu sentisse que, já deu.
é isso.
essa semana, tiro fotos profissionais com um fotógrafo beeem querido e talentoso. logo, logo ficam prontas e mostro a todos... vou gravar vídeos também!!! a intenção, é gravar dois vídeos simples, um que mostre eu cantando uma música minha, e no outro vou de noel. assim, com portifólio montado, youtube, my space, site e essas coisinhas internéticas todas que ajudam na divulgação do trabalho.
nossa! reencontrei um amigo muito querido, que conheço a 300 anos. ele foi ao samba com a esposa, que é linda, e uma fofa, pena que foi tão rápido. haverão outras oportunidades de longas gargalhadas e contemplações sobre o cotidiano alheio, né júnior?!
bem, por enquanto, devagar e esquecendo o tempo lá de fora.

quarta-feira, agosto 27, 2008


ficou bonito, né?!

quinta-feira, julho 31, 2008

talvez tudo!

ontem, no boteco com a jú.
jú sente muita falta de deus.
e sentir falta é ruim. bem ruim...
então, entra o único homem que nos entende. (cfa)
talvez um voltasse, talvez o outro fosse. talvez um viajasse, talvez outro fugisse.
talvez trocassem cartas, telefonemas noturnos, dominicais, cristais e contas por sedex (...)
talvez ficassem curados, ao mesmo tempo ou não. talvez algum partisse, outro ficasse. talvez um perdesse peso, o outro ficasse cego. talvez não se vissem nunca mais, com olhos daqui pelo menos, talvez enlouquecessem de amor e mudassem um para a cidade do outro, ou viajassem junto para paris (...) talvez um se matasse, o outro negativasse. seqüestrados por um OVNI, mortos por bala perdida, quem sabe. talvez tudo, talvez nada.


...

dias



cinco dias em chapada, ciceroneando um querido.
muitas cachoeiras, paredões, risadas e cerveja, eu tava precisando disso... obrigada dú.
quinta feira passada, foram 230 pessoas lá no chorinho.
– eu, feliz? rá!
mas como sem um porem a vida não tem a menor graça, sexta feira, que era o dia de cantar na casa fora do eixo, foi um desastre... showzinho bonito, a galera gostando e chegando, não mais que de repente...2 viaturas com 5 homens armados, um perito e um técnico fecharam a casa.
motivo : barulho. paramos tudo e fomos beber no bar mais próximo. o bacana da maturidade é que a gente dá muita risada dessas coisas...
acreditam que tem umas duas malas ainda que eu nem desfiz lá de curita?
sede de ir embora.
preciso de um cafuné.
alguém?

segunda-feira, julho 21, 2008

...

Não, meu bem, não adianta bancar
o distante: lá vem o amor nos dilacerar de novo...

quarta-feira, julho 16, 2008

"deixa eu te dizer antes que o ônibus parta que você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira, é, não estou sendo agressivo não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente...
sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?”

trechos de para uma avenca partindo
caio fernando abreu

terça-feira, julho 15, 2008

saudade

é preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas, teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
é preciso que a tua ausência trescale sutilmente, no ar, a trevo machucado, as folhas de alecrim desde há muito guardadas não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
é preciso a saudade para eu sentir como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista que nunca te pareces com o teu retrato...
e eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.
quintana

terça-feira, junho 24, 2008


nothing's gonna change my world.

segunda-feira, junho 09, 2008

domingo, maio 25, 2008

um tanto de tanta coisa



semana corrida...
palco giratório, festival de cinema e um monte de shows (rá)
nem tanto assim, mas é legal falar por ai que sou atarefada.
bem, no palco giratório, do pouco que vi, o que mais gostei foi a cia giramundo (mg), com seu “miniteatro ecológico caatinga”, uma graça, puro talento! e vi também o grupo estado dramático (ba) com “casa de ferro” puta que pariu pro maurício assunção, você é ótimo meu rapaz!!! com este chorei do inicio ao fim, bem do jeitinho que gosto. ficamos amigos da galera do grupo, ganhei deles um remedinho milagroso pra garganta chamado “souci”, até saímos pra tomar cerveja...
pena, foi ter perdido a cia de arte negus com o “curta a curva do rio”, mas foi um motivo nobre... fui convidada pela querida “elaine santos” a participar, junto ao grupo instrumental TOCANDIRA, de um show de abertura ao espetáculo (homenagem a tom jobim, AFRO BOSSA NOVA, dentro das comemorações de 50 anos de bossa nova) foi ótimo, é um espetáculo maravilhoso que está percorrendo 16 capitais do brasa, mas maravilhosos mesmo, são os monstros que sobem naquele palco. ver paulo moura o mais consagrado saxofonista e clarinetista do país e armandinho no bandolim é de chorar de satisfação... sem falar nos músicos que os acompanham, estupendos e queridos... gabriel improta é fantástico naquele violão, incomparável.
na percussão, giba conceição, gabi guedes e nei sacramento. todos, um povo bom da bahia. ficamos amigos de todos, é claro, e ainda, na cervejinha de depois, rolou uma rodinha de samba e não é que cantei acompanhada pelos caras? honra, muita, muita honra.... um dia, isso há de se repetir num palco grande...
perdi o início do festival de cinema, mas nada me impediu de ir nos outros dias... o que mais me doeu, foi ter perdido o (satori uso) do querido rodrigo grota, que só conhecia pela net, mas o reconheci de pronto ao encontra-lo no saguão do hotel, foi mágico... hehehe. já achava que ele era fruto de minha imaginação, um dos personagens que crio. bom te ver rodrigo, o mais breve nos encontraremos de novo... no mais, a animação, “o jumento santo e acidade que se acabou antes de começar” do willian paiva e leo d (pe). muito bom!!! e “mutum” da Sandra kogut. Lindo, lindo, lindo... depois vi “santiago” do joão moreira salles, tem que ser muito macho pra bater na própria cara daquele jeito. belíssimo! um curta lindinho também, é um desenho desanimado. he, do carioca christian caselli, “paradoxo da espera do ônibus”, engraçadíssimo, um tempo de humor ótimo. e depois “alphaville 2007 d.c.” do paulinho caruso. muito bom também... rá!
o longa da última noite foi “ rita cadilac, a lady do povo” do toni venturi, muito bom também, com direito a rita na platéia e tudo!!!

essas são as novidades... canto hoje (e todas as quintas no CHORINHO) e amanhã, CASA FORA DO EIXO.
e estou usando óculos, novamente! :)
to uma gracinha... (he)

sábado, maio 10, 2008

despedidas



umas cumadis e cumpadres se casam.o restante vai embora mesmo.
é sempre assim em nossa "estação rodoviária".
hoje é a despedida de solteiras de minhas cumadis dani e mônica.
não, não são um casal gay, só decidiram juntar trapos com seus respectivos namorados.

eu, como alguns gatos pingados de amigos...não me casei e nem quero tão cedo e vivo
indo embora e voltando...
bem, só resta aos bons amigos comemorar a alegria da nova vida com muita cerveja,
orgias, pecados e ardores. afinal, uma noite de insanidades dá sorte pra qualquer filho de baco!

e tudo há de dar certo para todos nós!!!
os pais da leen (a belga mais linda do mundo), chegaram hoje com umas encomendas que eu havia feito.: ) e :))) e ainda westvleteren ABT 12, val-dieu triple... todas casadinhas e com seus respectivos copos.
rá! ai delícia...
eu tenho amigos muito bacanas! obrigada...
olhem a nova agenda de shows ai gente!!! tá bombando...:

;;

terça-feira, maio 06, 2008

e continua o jogo!

olha só que bacana!!!

começo a cantar, todas a terças num boteco novo. (logo falarei mais do boteco)
vou cantar também no festival de cinema. dia 27/05.
consegui lugar pra morar no rio!!! e um empreguinho encaminhadinho... :)
continuo então todas as quintas no chorinho.
e fiz meu cartão, que ficou uma fofura... hehehhe

o lado bom da vida é que sempre tem um lado bom!

sim, dores, angústias e desventuras aos montes também!
quer um pedacinho?

alguém quer tomar uma cerveja comigo hoje?

segunda-feira, maio 05, 2008

vazio


...
sabe esse exato momento?
então...

sábado, maio 03, 2008

cansada


de ser só
de tudo entender
de entender tudo
de explicar
dizer sim

de buscar cura
de achar que há cura
de querer tanto
de beber tanto
de pensar tanto
de brincar de deus
de ser deus
de achar que sou deus
cansada de falar baixo

de esperar que seja assim
esperar mudança
pedir carinho
sorrir

fingir sorrir
segurar o pranto
chorar

chorar mais um tanto
de passar pelo que já passei
de sentir calor
de sentir frio
de sentir...
quero paz.



sexta-feira, abril 25, 2008

poeira leve


os dias tem sido com devem ser mesmo.
o sol acendendo o lençol e o cheiro doce de café invadindo o quarto as sete da manhã me fazendo acordar e imaginar como a noite vai chegar, como ela vem e de que maneira...
isso da noite chegar tem uma grande importância, pois ela carrega o dia inteiro junto, tudo o que ocorreu enquanto o tempo brinca.
e nisso, de esperar o dia todo acabar e virar noite (que também faz parte do dia) é que acontece tudo, tudo mesmo.
a noite de ontem devia estar cansada coitada, já era uma noite de um mês inteiro e sempre sobra mês pro salário das pessoas, então, não foi ninguém no chorinho.
quase ninguém vai, não vou desprezar os amigos que compareceram.
ando com mais certezas no coração e um monte de outras incertezas novas (gosto de colecionar sentimentos e furor, cachaça e suor) queria ser movida pelo vento e não pelo meu coração.
queria ter menos paixão.
mas como deus ajuda quem tem boa alma... terminei o dia com o coração em paz ouvindo chico, comendo chocolate e acordando de novo com a cama em chamas e o cheirinho de café...

quinta-feira, abril 24, 2008

chega mais perto


"e quem sou eu nessa vida tão louca?
mais um palhaço no seu carnaval..."

terça-feira, abril 22, 2008

feliz


- felicidade?
- sim, muita felicidade!
- quando vai deixar de ser boba?
- quando eu quiser, ué...
- ...
- vamos tomar uma cerveja?

quinta-feira, abril 10, 2008

ado ado ado

cantoriei no sesc hoje, (um real e cinqüenta centavos por pessoa)
tudo bem, tudo bem... é só o começo.
entendo o “deus pirapora” na cantiga sobre esses bares da vida.

garganta muito ruim, acho que foi a cachaça do final de semana, que caminhou lépido e faceiro pela segunda feira, que começou no show do mandala e foi terminar com dança do quadrado no luciu´s do caju, onde, perdi meu celular...

hoje a tarde depois de procurar desesperadamente por ele (o celular), toca o telefone aqui em casa.
- oi, eu sou o luciu´s e encontrei um celular...
- ...

(valeu luciu´s)

fiz bons contatos, o dia rendeu... só ta faltando, o que falta mesmo...
sonhei com “inimigo meu”. gente, que sonho esquisito!!! muito pior do que o sonho que tive outro dia com o luis, já contei pra ele... ando sonhando com um futuro distante. máquinas fechando o céu e expulsando pessoas de estádios de futebol.
credo!

estou ficando cegueta novamente, em breve, óculos nas fuças pra ver melhor, já venceu o prazo da cirurgia que fiz em 2001. sem grana pra outra...

é isso... terminando projetos e avante!!!

:.

adoro hipertexto!
:)

terça-feira, abril 01, 2008

...

nesta semana que passou, chegou a minha mudança lá de curitiba.
não quebrou nada, já tinha quebrado lá mesmo...
bateu uma saudadinha da vidinha lá... só saudadinha, bem pequeninha...

****
ontem perdi minha aula de capoeira, pra ir ai fórum da secretaria municipal de cultura.
cada figura... não dá nem pra acreditar, é bom pra dar umas risadas...

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volto a cantar todas as quintas no chorinho, desta vez, sem interrupções.
espero...
ensaio hoje com joelson, tá dando um trabalho...

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sabe quela pulga?
então... fica ali, na orelha, dizendo besteiras...

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sonhei com formigas, um monte delas...
comendo frutas que eu havia comprado.
agora dei pra alimentar formigas em sonhos...
não vou nada bem.

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listinha de livros que vcs amigos pegaram emprestado
e não devolveram, seus canalhas!!!

. o lobo da estepe.
. humano demasiado humano
. o amor nos tempos do cólera
. sobre a liberdade da vontade
. regurgitofagia

depois lembro do resto e ponho aqui, com os nomes dos safados...
(se eu lembrar pra quem emprestei)

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preciso de um emprego.
artista é o caralho!!!

.

sexta-feira, março 28, 2008

levantando a balzaca


quando eu era apenas uma “infanta” de quatro aninhos, dona lazinha (mamãe) resolveu que eu ia ser bailarina... – manda a menina pro balé!!! lá ia eu, três vezes por semana, durante uns 6 anos... não me lembro mais de coisa alguma, não era a minha... queria o jazz por conta da (alexandra owens), por fim, fui fazer natação mesmo, pq diziam que eu iria crescer, depois de uns quatro anos do esporte aquático, continuei com meus 1,52 m. como eu era baixinha mesmo, fui pra ginástica olímpica da UFMT, depois de uma tentativa frustrada de ser estrela do vôlei, ser daiane dos santos também não era meu destino, aquele negócio de subir no cavalo me dava vertigem e eu achava meio “viada” aquela coisa toda de fitinha...

conheci o mestre de capoeira eron, que foi amigo do meu pai em um grupo de teatro amador...acho que eu tinha uns 16, 17 anos... me encantei pela capoeira... fiz uns seis meses e parei por falta de grana mesmo...agora, quase balzaca mas por dentro um debutante!!! resolvi aceitar o convite de minha cumadi mônica e enfrentar as dolorosas aulas de (capoeira angola), ministradas gratuitamente por um cara de barbicha, lá na UFMT.

então, a pança que só aumentava por causa da cerveja (que não vou parar de tomar)
os peitinhos que já estavam cabisbaixos, as pernocas molengas e o bracinho do “xau”
vão voltar a ser, o que eram nos áureos tempos de minha mais bela mocidade.
tudo duro, em pé, viril, varonil.

até quando minha coluna aguentar

:)

terça-feira, março 25, 2008

contando os dias


ando contando os dias para vê-lo pq além de vagar pelo céu e o inferno
só pra ter mais graça e poesia em tudo. ando contando dias que nem sei
quantos são, dias que nem sei pra onde vão...
ando com saudades de tudo... (até dei pra vê-lo por ai em filmes que vejo)
dei pra te ver ao meu lado, do nada, você tá ali!
azul que só...
busco pés por debaixo da mesa...
...
saudades.
muita!

sábado, março 22, 2008

"florentino ariza no había dejado de pensar en ella un solo instante después de que fermina daza lo rechazó sin apelación, después de unos amores largos y contrariados, y habían trancurrido desde entonces cincuenta y un años, nueve meses y cuatro días."
(gabriel garcía márquez, "el amor en los tiempos del cólera")

saudações da roça


eu nem queria que os piraporas se rebelassem agora, mas está difícil controlar a revolta.
tentei atender a demanda de sentimentos mas não deu, sugaram tudo.
agora eles querem guerra, vai entender... você oferece o que pode e não reconhecem.
e eu que sempre quis ser a
"carpinteira do universo" . nunca havia de dar certo mesmo e disso eu suspeitei desde o princípio.
eu sempre acreditei que existe um momento de escolha pra tudo. por isso mesmo me dou o direito de dizer. putz!
quando a gente acorda e vai se arrumar pra ir ao trabalho, já sabe a roupa que quer vestir, mas fica um tempo ainda diante das opções até se decidir exatamente pela primeira... é sempre assim ou quase sempre assim, enfim.... tem também aquele momento que você conhece uma pessoa bacana, sai uma vez, duas, até que você decide ligar a terceira vez e... é nesse momento ou em qualquer outro parecido, mas você sabe, que é bem ali que você se apaixona. (estranho) escolhas.
os dias por aqui vão acontecendo mais estranhos do que de costume, mais quentes do que de costume, mas solitários do que de costume, medo!
eu não consigo, juro, que não consigo, não tenho forças, não tenho cú, não dou conta, não posso.
pesa muito.
o melamed tem razão, não é fácil ser: pisciana, espírita, cuiabana e cantora - correntista do BB
vejamos, vejamos...
quero ver é chegar a hora. acuma?
boa noite.
ontem, a noite demorou por dimais pra acabar, na verdade, acabou com o sol que iluminou este dia que findou.
aqui a obrigação da vida é correr ligeiramente mansa.

segunda-feira, março 17, 2008

vinte e oito


non, je ne regrette rien (edith piaf)
non! rien de rien...
non ! je ne regrette rien
ni le bien qu’on m’a fait
ni le mal, tout ça m’est bien égal!
non! rien de rien...
non ! c’est payé, balayé, oublié
je me fous du passé !
avec me souvenirs
j’ai allumé le feu
mes chagrins, mes plaisirs
je n’ai plus besoin d’eux !
balayé les amours,
avec leurs trémolos
balayés pour toujours
je repars à zéro...
non! rien de rien...
non ! je ne regrette rien
ni le bien qu’on m’a fait
ni le mal, tout ça m’est bien égal !
non! rien de rien...
non ! car ma vie, car mes joies
aujourd’hui,
ça commence avec toi !

(et tout commencera de nouveau pour moi
et toi ..voulez-vous seguir avec moi ?
mon chemin sera joli et des jours glorieux m'attendent.
je ne me regrettes de rien, je veux que boire
la vie dans des larges petites gorgées)

hoje comecei a ter aulas de inglês e francês com madam leen
chic!
:)
ps.: je t'aimes mon amour - tu me manques trop ici. beaucoup de bisous..

sábado, março 15, 2008

gota dágua



já lhe dei meu corpo, minha alegria
já estanquei meu sangue quando fervia
olha a voz que me resta olha a veia que salta
olha a gota que falta pro desfecho da festa
por favor...
deixe em paz meu coração

que ele é um pote até aqui de mágoa
e qualquer desatenção, faça não
pode ser a gota dágua

(chico)


a trilha inteira de gota dágua é linda, não podia ser diferente se tratando do chico como autor. fui ver o espetáculo ano passado no palco giratório do sesc, com a cia teatral breviário, já conhecia o texto, que é poesia pura e já tinha visto bibi ferreira interpretando joana, em dvd é claro, êta joana velha... o chico tinha dito que era impossível alguém fazer uma joana como a bibi, mas essa georgete fadel, me fez chorar mas do que de costume, me fez entender a dor de joana de uma maneira que nunca vou me esquecer. me fez ver que a vida é assim mesmo...


sexta-feira, fevereiro 29, 2008

para viver um grande amor

para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um grande amor.
para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... — não tem nenhum valor.
para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor.
para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. é preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.
para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.
para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô — para viver um grande amor.
para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito — peito de remador. é preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor. é muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor...
conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. e o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor? para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. é preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor.é preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor. mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor.

..
...poetinha...

para matar um grande amor...

muito se louvou a arte do encontro, mas poucos louvaram a arte do adeus. no entanto, não há gesto tão profundamente humano quanto uma despedida.
é aquele momento em que renunciamos não apenas à pessoa amada, mas a nós mesmos, ao mundo, ao universo inteiro. o amor relativiza; a renúncia absolutiza.
e não há sentimento mais absoluto do que a solidão em que somos lançados após o derradeiro abraço, o último e desesperado entrelaçar de mãos. arrisco mesmo a dizer: só os amores verdadeiros se acabam. os que sobrevivem, incrustados no hábito de se amar, podem durar uma vida inteira e podem até ser chamados de amor mas nunca foram ou serão um amor verdadeiro. falta-lhes exatamente o dom da finitude, abrupta e intempestiva.
qualidade só encontrável nos amores que infundem medo e temor de destruição.
não se vive o amor; sofre-se o amor. sofre-se a ansiedade de não poder retê-lo, porque nossas cordas afetivas são muito frágeis para mantê-lo retido e domesticado como um animal de estimação. ele é xucro e bravio e nos despedaça a cada embate e por fim se extingue e nos extingue com ele. aponta numa única direção: o rompimento. pois só conseguiremos suportá-lo se ocultarmos de nossos sentidos o objeto dessa desvairada paixão. mas não se pense que esse é um gesto de covardia. o grande amor exige isso. o rompimento é sua parte complementar. uma maneira astuciosa de suspender a tragédia, ditada pelo instinto de sobrevivência de cada um dos amantes. morrer um pouco para se continuar vivendo. e poder usufruir daquele momento mágico, embebido de ternura, em que a voz falseia, as mãos se abandonam e cada qual vê o outro se afastar como se através de uma cortina líquida ou de um vitral embaçado.
há todo um imaginário sobre os adeuses e as separações, construído pela literatura e pelo cinema.
o cenário pode ser uma estação de trem, um aeroporto (remember casablanca), um entroncamento rodoviário. pode ser uma praça ou uma praia deserta. falésias ou ruínas de uma cidade perdida. pode estar garoando ou nevando, mas vento é imprescindível.
as nuvens devem revolutear no horizonte, como a sugerir a volubilidade do destino. os cabelos da amada, longos ou curtos mas escuros, fustigam de leve seus lábios entreabertos. há sutis crispações, um discreto arfar de seios.
e os olhos, ah!, os olhos... a visão é o último e o mais frágil dos sentidos que ainda nos une ao que acabamos de perder. uma grande dor, uma solidão cósmica, um imenso sentimento de desterro. que se curam algum tempo depois com um amor vulgar, desses feitos para durar uma vida inteira...

jamil Snege nasceu em curitiba, em 1939. graduou-se em sociologia e política pela pontifícia universidade católica do paraná. escritor e publicitário, dividia seu tempo entre os livros e sua agência publicitária. publicou crônicas, quinzenalmente, no jornal gazeta do povo. seus principais
livros são “o jardim, a tempestade” (minicontos, 1989), “como eu se fiz por si mesmo” (memórias, 1994) e “os verões da grande leitoa branca” (contos, 2000). morreu em curitiba, em 2003.